Pra se fazer um comício em tempo de eleição
Não carece de arrodei, nem dinheiro muito não
Basta um F-4000 ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito e um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.
Um locutor tabacudo de converseiro comprido
Uns alto-falante rouco que espalhe o alaridoMicrofone com flanela ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido.
Uma gambiarra véa, banguela no acender
Quatro faixa de bramante, escrito qualquer dizer
Dois pistom e um taró, pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer.
Aí é subir pra riba meia dúzia de corruto
Quatro babão cinco puta, uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa, e a pisadinha e essa:
Três promessa por minuto.
Anunciar a chegança do corruto ganhador
Pedir o "V" da vitória dos dedo dos eleitor
E mandar que os vira-lata do bojo da passeata
Traga o home no andor.
Protegendo o monossílabo de dedada e beliscãoÀ cavalo na cacunda, chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler e nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão.
Com voz de vento encanado com o VIVA dos babão
É só dizer que é mentira sua fama de ladrão
Falar do roubo dos home, prometer o fim da fome
E tá ganha a eleição.
E terminada a campanha, faturada a votaçãoFoda-se povo, pistom, foda-se caminhão
Promessa, meta e programa... É só mergulhar na brahma
E curtir a posição.
Sendo um cabra despachudo de politiquice quente
Batedorzão de carteira vigaristão competente
É só mandar pros otário a foto num calendário
Bem família, bem decente: ele, um diabo sério, honradoEla, uma diaba influente, bem vestido e bem posado
Até parecendo gente carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo um diabozinho inocente.
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